A exposição individual “Evandro Carlos Jardim – obras selecionadas” apresenta gravuras produzidas pelo artista ao longo de sua carreira, que ultrapassa os 60 anos, além de quatro esculturas e trabalhos inéditos. A mostra tem abertura no dia 27 de novembro e encerra as visitações no dia 22 de janeiro de 2022, na Galeria Leme.
Evandro Carlos Jardim nasceu na cidade de São Paulo, em 1935. Em 1953, ingressa na Escola de Belas Artes, onde aprende a técnica de gravura em metal com Francesc Domingo Segura. Em 1973, realiza sua primeira exposição individual no MASP, onde apresenta gravuras e objetos tridimensionais em bronze, ferro, alumínio e madeira. Dois anos depois, em 1975, participa da 13ª Bienal Internacional de São Paulo e, um ano mais tarde, expõe na 38ª Bienal de Veneza. Paralelamente à carreira artística, desenvolve intensa atividade docente em várias instituições, como Escola Belas Artes, FAAP e ECA-USP, onde orientou mais de uma dezena de teses de doutorado.
Em seu atelier na Granja Julieta, Evandro constrói suas figuras-signo através do desenho, da gravura e da escultura. O exercício das diferentes linguagens visuais que aborda não segue, em um primeiro momento, uma ordem metódica; mas essa surge a partir das necessidades interiores do próprio artista: como o trajeto do vôo de um pássaro, que começa em uma pequena escultura, entre árvores e nuvens de madeira, e termina seu movimento em um desenho, caindo ou entrando em uma pequenina casa. A composição criada por esses dois trabalhos representa na escultura o espaço, e no desenho o plano.
Para Evandro, a arte é uma tentativa de expressar o mundo interior, a partir das limitações do mundo exterior, através de uma linguagem, “O que retrato é a forma como sinto a cidade. E eu a sinto através de uma linguagem, que eu tento cultivar: a linguagem visual”. Assim, na visão do artista, a arte é um modo de nos relacionarmos com o mundo que nos cerca, na qual o encontro com o outro é a única maneira de cultivarmos as múltiplas formas de sentir cada um.