ZILVINAS KEMPINAS REALIZA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL NA BIFORMS GALLERY, EM NOVA IORQUE

10/09/2021

Em sua primeira exposição individual na Bitforms Gallery, em Nova Iorque, o artista Zilvinas Kempinas apresenta obras importantes em sua trajetória, além de trabalhos inéditos. O artista cria suas esculturas a partir da justaposição de readymades com forças invisíveis – como correntes de ar, magnetismo ou gravidade. Analog envolve esses elementos por meio de uma série de trabalhos que traduzem as próprias investigações do artista em experiências compartilhadas. A mostra permanece em cartaz de 9 de setembro a 9 de outubro.

Um ventilador acoplado a uma roda de bicicleta gira longas tiras de fita magnética na entrada da galeria. Sons de ruído branco preenchem o espaço enquanto a fita, proveniente de uma fita VHS, oscila em uma descida emaranhada e cintilante. A função primária da fita, transportar dados, é usurpada em favor de sua capacidade de agir como um artefato universal de comunicação. Kempinas reaproveita essa mídia industrial desatualizada através de fenômeno físico com uma presença visceral.

Panels, uma instalação que se estende por todas as paredes da galeria, também utiliza fita magnética, mas incita uma resposta diferente através de sua colocação estática e simétrica. Parte ilusão de ótica, parte espelho, a instalação demonstra o domínio do artista de itens cotidianos como entidades escultóricas. Linhas verticais uniformemente espaçadas manipulam a arquitetura da galeria com periferia reflexiva, transformando linhas de visão em planos expansivos. Esse site-specific é transformador, mas uma vez removido é apenas uma sobra de tecnologia ultrapassada. Kempinas brinca com a transitoriedade da fita magnética, reforçando-a como um readymade descartável. Na parte traseira da galeria, Flaming Tape implementa um arranjo similar, que difere por um caráter performativo – um ventilador industrial e partes selecionadas de fita adesiva sem amarras. A brisa do ventilador guia a fita em gestos envolventes que lembram fumaça ou chamas até que se desliga, deixando os fios soltos em uma queda livre hipnotizante.

Elementos de surpresa estão aninhados dentro de cada uma das obras de Kempinas, mas ao contrário de um truque de mágica, a maravilha ainda permanece quando o funcionamento interno é revelado. A obra Bearings [Rolamentos] é outro exemplo da capacidade de Kempinas de controlar forças invisíveis. Esta escultura cinética hospeda milhares de pequenos rolamentos de esferas semi-submersas em óleo mineral. Abaixo da superfície, ímãs são posicionados em um disco girando lentamente que informa as sequências de padrões abstratos. A obra cria novas formas infinitamente. Nautilus, trabalho de estreia na exposição, apresenta um grande disco redondo suspenso horizontalmente por um único cabo de aço no teto. Correntes de bolas gotejam ao longo de seu perímetro, num movimento de castata em diferentes comprimentos enquanto a escultura gira lentamente. A rotação desse trabalho – girando no sentido horário, diminuindo a velocidade até parar e depois revertendo – cria cenas ópticas sobrepostas que evoluem continuamente para novas formas. A obra Nautilus joga na intersecção da corrente de esferas com as linhas verticais da obra Panels, que aparece ao fundo, incitando a sensação de presença por meio de vibração e movimento. A escultura é totalmente transparente, moldada pela gravidade e tonificada por sua própria luz interna.

Analog  é a obra que dá título à mostra. Disponibilizado em NFT, o vídeo se assemelha a uma renderização digital de duas formas retangulares animadas por um movimento caótico. Porém, o único componente digital desta obra é a gravação. O analógico foi produzido com a filmagem de dois pedaços de papel presos a um barbante que são animados pela brisa de um leque. É um encapsulamento perfeito do uso da simplicidade de Kempinas para inspirar ilusão. Como substantivo, Analog significa comparar – como termo tecnológico, define o oposto de digital. Esta exposição usa formatos físicos de tecnologia para incitar uma conexão emocional e subliminar com o espectador, que revela a capacidade da arte de agir como um instrumento visual.

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