SANDRA GAMARRA APRESENTA “PINACOTECA MIGRANTE” NO PAVILHÃO ESPANHOL DURANTE A 60ª BIENAL DE VENEZA
Pinacoteca Migrante – Pavilhão Espanhol na 60ª Bienal de Veneza
O Ministério das Relações Exteriores da Espanha, em parceria com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e a Acción Cultural Española (AC/E), apresenta a Pinacoteca Migrante, desenvolvida por Sandra Gamarra para o
Pavilhão Espanhol na 60ª Bienal de Veneza 2024. Além disso, o projeto, curado por Agustín Pérez Rubio, destaca Sandra Gamarra como
a primeira artista migrante a representar a Espanha na Bienal.
A Pinacoteca Migrante transforma o Pavilhão em uma galeria histórica de arte ocidental, explorando o conceito de “migração” sob
múltiplas perspectivas. Por outro lado, o projeto inverte narrativas tradicionais das antigas colônias, expondo histórias silenciadas e abordando
temas como racismo, extrativismo e migração. Assim, migrantes humanos e não-humanos, como plantas e matérias-primas, tornam-se protagonistas.
Além disso, a pesquisa de Gamarra resulta em novas obras que reinterpretam pinturas de coleções espanholas, desafiando a falta de narrativas
decoloniais. Dessa maneira, o projeto analisa profundamente as relações entre colonizadores e colonizados, incentivando reflexões sobre essas
dinâmicas históricas.
Espaços Destacados
O espaço central abriga o Jardim Migrante, que se apresenta como uma contra-narrativa ao museu histórico. Este espaço, por sua vez,
é habitado por monumentos que homenageiam figuras das comunidades colonizadas. Além disso, outras salas destacam-se pelos temas abordados, conforme
descrito abaixo:
- Terra Virgem: Apresenta paisagens de museus espanhóis sobrepostas com citações ecofeministas e de intelectuais. Por isso, essa
sala conecta arte, literatura e crítica social. - Gabinete da Extinção: Relaciona colonialismo e extrativismo, trazendo ilustrações botânicas do século XVIII. Assim, evidencia
como a exploração de recursos naturais se entrelaça com a história colonial. - Gabinete do Racismo Ilustrado: Examina como ciência e antropologia foram usadas para justificar discriminação racial. Portanto,
questiona o uso de saberes “científicos” como ferramentas de opressão. - Máscaras Mestiças: Investiga retratos coloniais e questiona normas sociais e patriarcais. Dessa forma, incentiva um olhar crítico
sobre o papel das imagens na perpetuação de desigualdades. - Retábulo da Natureza Moribunda: Apresenta naturezas-mortas que sintetizam os temas anteriores, criticando a acumulação e ostentação.
Além disso, reflete sobre o impacto do consumismo ocidental nos ecossistemas.
Em resumo, a Pinacoteca Migrante propõe um modelo de acessibilidade, diversidade e sustentabilidade. Dessa maneira, o projeto não apenas
desafia estruturas coloniais, mas também promove uma convivência harmoniosa entre espécies e culturas, convidando o público a refletir sobre essas
conexões de forma ampla e inclusiva.