JAIME LAURIANO PARTICIPA DE EXPOSIÇÃO COLETIVA NO MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL

01/02/2022

Jaime Lauriano participa da mostra “Coleção Sartori – A arte contemporânea habita Antônio Prado” com as obras “Brinquedo de furar moletom (polícia militar 1)” e “Não respeitamos símbolos racistas”, que fazem parte do acervo de Paulo Sartori.

Em “Brinquedo de furar moletom (polícia militar 1)”, exposta pela primeira vez no MAC Niterói, o artista cria uma pequena barricada feita de “tijolos coloniais”. Acima desse muro se encontram miniaturas de transportes relacionados ao militarismo, à defesa e à violência. Balas de armas utilizadas por agentes da polícia militar foram coletadas em diferentes cidades do Brasil e constituem o ferro que compõem a matéria dessas réplicas.

As histórias do colonialismo na América Latina e seus reflexos traumáticos na contemporaneidade são um dos núcleos de interesse para as pesquisas de Jaime Lauriano. O título do trabalho foi extraído de um verso da música “Vida loka parte 1”, do grupo de rap Racionais MCs.

A série de trabalhos “E se o apedrejado fosse você?” recria, a partir das ilustrações de mapas e cartas náuticas, uma das cenas mais emblemáticas da história recente da humanidade – as navegações e o “descobrimento do novo mundo”. Entretanto, diferentemente de sua versão original, com cores prontas para retratar a exuberância da região recém explorada, opera um rebaixamento visual, pautado pelo branco sobre preto. Trata-se, portanto, de uma releitura dos primeiros esforços de representação do sistema de colonização e sua exploração da mão de obra escravizada, o primeiro proletariado do que mais tarde seria consolidado como um “país”. A harmonia encontrada, e exaltada, nos originais é perturbada pela inscrição dos termos epstemicídio, genocídio, democracia racial e racismo estrutural retirados de livros que pautam a construção da História do Brasil. A frase que dá título a esta série de desenhos, e que encontramos inscrita nos desenhos, foi retirada de cartazes de manifestações contra o “racismo religioso” no Brasil. Nestas manifestações, praticantes de religiões de matriz afro-brasileira, protestam contra a violência imposta a seus corpos e seus templos.

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