Galeria Leme apresenta a terceira exposição individual do artista Lituano radicado em Nova Iorque, Zilvinas Kempinas.
Verticals é uma instalação feita com tiras de fita VHS, conformando todo o espaço da galeria, dividindo-o uniformemente e enchendo-o de forma simétrica. É um ambiente controlado, definido por uma uniformidade e ordem monótona. Apesar de sua geometria, Verticals mantem um caráter cinético e, ocasionalmente, é animado pela circulação natural de ar na galeria ou por vórtices de ar provocados pela passagem dos visitantes. Uma vez que o ar se acalma, a peça volta à sua posição inicial.
As tiras de fita magnética estão suspensas acima do chão da galeria à mesma distância; elas não se estendem até ao teto, mas “param” uniformemente na mesma altura. Suas bordas, ultra finas, estão viradas para a mesma direção. Elementos negros e verticais de fita magnética representam elementos de tempo. Quase ausentes, estes ocasionalmente desaparecem completamente da visão, dependendo da posição do espectador no espaço da galeria.
Este gesto visual moderado não está provocando os visitantes a tirar “selfies”, mas sim convidando as pessoas a sentir-se no espaço físico. Apesar da aparência frágil e dispersa, esses objetos verticais idênticos dominam o espaço em uníssono, tornando-se um corpo monumental e singular contra as paredes de concreto da galeria.
No meio do chão há uma espécie de objeto preto e raso, que se assemelha a uma caixa, com sua superfície exposta para os espectadores. Existem milhares de pequenos rolamentos de aço sobre o óleo em sua superfície. Numa primeira vista eles são percebidos como uma formação sólida, mas a partir de uma inspeção mais próxima pode-se notar um movimento ocasional aqui e ali – os rolamentos estão se movendo lentamente, um por um, reorganizando-se e reposicionando-se num infinito “desenho em andamento”.
É uma escultura cinética, capaz de regenerar-se a cada vez, criando novas formas a partir de metal sólido. O resultado final (forma) não é um objetivo aqui, ao invés, o próprio processo de “tornar-se”, o ato de mudança e a beleza do acaso constituem o cerne da peça.
Sobre o artista:
Zilvinas Kempinas. Nasceu na Lituânia em 1969. Vive e trabalha em Nova Iorque.
Zilvinas Kempinas teve inúmeras exposições individuais internacionais, incluindo no Palais de Tokyo, Paris; Kunsthalle Wien; Museu Tinguely, Basileia, Suíça; The Garage Center for Contemporary Culture, Moscou; BALTIC Center for Contemporary Art, Gateshead, Reino Unido; P.S.1 Contemporary Art Center, Nova Iorque; Socrates Sculpture Park, Nova Iorque; Kunsthalle Budapeste; Vilnius Contemporary Art Center; Museu de Arte de Reykjavik; Galeria Spencer Brownstone, Nova York; Galerie Yvon Lambert, Paris e Nova Iorque; galerija Vartai, Vilnius. Seu trabalho também foi exposto em exposições coletivas importantes, incluindo “On Line: Desenho Através do século XX”, MoMA, Nova Iorque; “Dynamo”, Grand Palais National Galleries, Paris; Trienal de Yokohama, Japão; Bienal de Liverpool, Reino Unido; Transmediale.10, Hause der Kulturen der Welt, Berlim; Manifesta 7, Bolzano, Itália. Em 2009, o artista representou a Lituânia na 53ª Bienal de Veneza.