Este é o mais recente grupo de esculturas iluminadas de uma série que David Batchelor produz desde 1999. As peças, nas quais o artista trabalhou por dois anos, parecem esconder-se do espectador. Colocadas a alguns centímetros da parede da galeria, a maior parte destas estruturas é feita de materiais característicos do trabalho de David Batchelor, como suportes de aço encontrados, caixas de luz comerciais, acrílico colorido e vários cabos elétricos. Ao contrário de obras mais antigas, estas esculturas jogam luz contra a parede, enquanto o espectador vê apenas a parte de trás do trabalho. Desta maneira, para cada peça há uma sombra central e escura envolvida por um halo brilhante de luz colorida.
A origem destas obras é “The Spectrum of Hackney Road”, série de carrinhos de transporte iluminados por baixo, apresentada pela primeira vez em 2003 na Wilkinson Gallery, Londres. Elas também se relacionam com “Ten Silhouttes”, uma instalação site-specific exibida na estação de metrô Gloucester Road, Londres, em 2004.
As esculturas representam o cume de um grande conjunto de obras relacionadas ao interesse de David Batchelor em cores iluminadas e seu efeito nas cidades modernas. Pertencem, sob certos aspectos, à série mais escura e contraditória do artista. Cada obra é simultaneamente escura e luminosa, encara o espectador e esconde-se dele, como se estivesse envergonhada, como uma obra de arte que finge que não quer ser vista.
Sobre o artista:
David Batchelor nasceu em Dundee, Escócia, em 1955. Atualmente, vive e trabalha em Londres. Entre suas principais exposições estão as individuais “Unplugged Remix”, Wilkinson Gallery, Londres (2007); “Unplugged”, Talbot Rice Gallery, The University of Edinburgh, Escócia (2007); e “Shiny Dirty”, Ikon Gallery, Birmingham, Reino Unido (2004), além das coletivas “Folkestone Triennale”, Reino Unido (2008); “The Color Chart”, Museum of Modern Art, Nova York (2008); “The Final Show”, Wilkinson Gallery, Londres (2007); “David Batchelor e Joao Paulo Feliciano”, Galeria Leme, São Paulo (2005); 26a. Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo (2004); e “Days Like These”, Tate Triennale, Tate Britain, Londres (2003). Batchelor também leciona teoria crítica na Royal College of Art, Londres, e é autor de três livros, Colour, de 2008, editado pela Whitechapel, Londres / MIT Press, Boston; Chromophobia, de 2000, editado pela Reaktion Books, Londres, e Minimalism, de 1997, Tate, Londres.
