Ronda Noturna | Paulo Climachauska
07.05.15 _ 13.06.15

A Galeria Leme apresenta, Ronda Noturna, a primeira exposição individual de Paulo Climachauska na galeria, desde o início de sua representação há dois anos.
As obras de Paulo Climachauska são profundamente enraizadas em seu fascínio pelas inter-relações entre economia, sociedade e arte, examinando a ideia de arte como um elemento socioeconômico e sua associação à abstração do capital e derivativos financeiros. O artista aborda este assunto sempre com um ‘duplo-sentido’, utilizando e subvertendo ícones saturados pelo imaginário coletivo como alavancas de questionamento de formas já estabelecidas de interpretação. Seja redesenhando o mundo através da ação sistemática e repetitiva de subtrações de operações matemáticas, ou usando figuras conhecidas dos ambientes de jogo e especulação, o artista transita livremente pelos campos da economia, sociologia e história. De fato, a evolução das obras de Climachauska pode ser amplamente atribuída à maneira como ele repensa, reconsidera e desconstrói princípios profundamente arraigados a um aparato ideológico que visa desacreditar discursos que contestem o status quo.
Em Ronda Noturna, Climachauska apresenta uma nova série de 18 trabalhos. O título da exposição e da série de trabalhos homônima, usa o nome de uma das mais famosas obras mestras do pintor holandês Rembrandt, pintada entre 1640 e 1642, cujo título em neerlandês, De Nachtwacht, é traduzido para o inglês como Night Watch. Nesta tela de dimensões monumentais podemos ver uma milícia de Amsterdã que se prepara para fazer uma ronda de vigilância pela cidade.
Partindo desta cena icônica e usando materiais como vidros blindados, espelhos cobertos com películas de escurecimento que inibe a visão para o interior de carros e espaços, e compondo padrões geométricos que remetem aos inúmeros portões e grades da cidade de São Paulo, Climachauska compõe uma exposição que problematiza a paranoia de segurança, vigilância e dispositivos de controle contemporâneos. Apontando simultaneamente para a grande cisão entre os espaços públicos e privados na sociedade brasileira em decorrência do seu grande apartheid econômico.
Sobre o artista:
Paulo Climachauska. São Paulo, Brasil, 1962. Vive e trabalha em São Paulo.
Formado em História e Arqueologia pela Universidade de São Paulo, Climachauska teve sua primeira exposição em 1991 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Após a sua participação na 26ª Bienal de São Paulo, na 8ª Bienal de Cuenca, e na 14º Bienal de San Juan, seus trabalhos foram apresentados em exposições individuais no Moderna Musset (Estocolmo, Suécia), Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro, Brasil), o Projeto 01 (Park Gauflstrafle, Alemanha) e Paço Imperial (Rio de Janeiro, Brasil), entre outras.
Também participou de exposições coletivas no Museu da Escultura Brasileira (São Paulo), Chateau de Fermelmont (Fermelmont, Bélgica), Vancouver Biennale (Vancouver, Canadá), Fundacíon Pedro Barrié de la Maza (Vigo, Espanha), Henry Moore Institute (Leeds, Inglaterra), e no Toyota Contemporary Art Museum (Tóquio, Japão), entre outras. A sua obra está presente em coleções, tais como: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, Lhoist Collection e Colección Patricia Phelps de Cisneros.