A Galeria Leme apresenta a primeira exposição individual do artista Milton Marques.
O foco do trabalho de Milton Marques está na busca de experiências singulares com vídeo digital e aparatos tecnológicos resgatados de lojas de segunda mão, tais como elementos ópticos, step motors, impressoras, copiadoras, scanners, câmeras e outros mecanismos já destituídos de sua função.
O início de seu processo de trabalho se dá onde tecnicamente tudo terminou. Deste ponto, para o artista, é possível imaginar diversas alternativas concentradas no interior de cada aparelho. Como em um jogo de encaixes assimétricos, novas combinações aparecem, mas elas terminam por se organizar em torno de uma lógica simples e carregada de sutilezas.
As máquinas de Milton Marques não produzem mais os elementos que resultam em uma desmedida dependência do homem em relação à máquina. Elas buscam opções que evidenciam uma relação intuitiva com os objetos e estão empenhadas em manter um trânsito entre linguagens dentro de uma dinâmica totalmente experimental.
Para a exposição na Galeria Leme, Milton Marques apresenta um conjunto diversificado de trabalhos. “Auto-Reverso” é uma câmera de vídeo que capta imagens abstratas e “Sem Título”, uma caixa metálica que mede realidade e ilusão. Ambas são de 2007. Entre as inéditas estão um vídeo com um besouro mecânico batendo asas, no estilo de um documentário do Discovery Channel, e uma bola de cristal onde imagens em preto-e-branco são projetadas, provocando um contraste entre misticismo e hiper-realismo.
A palavra e a imagem – projeções de vídeos, exames de ressonância magnética, sombras – ganham destaque nas peças do artista, seres híbridos e alienados, isentos de qualquer valor produtivo, que abrigam as nuances mais sutis da ironia de viver cercado de tecnologias.
Milton Marques nasceu em Brasília em 1971 e vive e trabalha em Brasília. Já participou de diversas exposições coletivas, tais como: “Trópicos”, curadoria de Alfons Hug, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro & Martin-Gropius-Bau, Berlim (2008); “Contraditório – Panorama da Arte Brasileira”, Sala de Exposiciones Alcalá 31, Madri (2008); “Trópicos”, curadoria de Alfons Hug, Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília (2007); “Panorama 2007”, Museu de Arte Moderna de São Paulo (2007); “Tomada”, Galeria Leme, São Paulo (2007); “Geração da Virada”, Instituto Tomie Ohtake , São Paulo (2006); 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2005); “Projéteis de Arte Contemporânea”, artista convidado, Espaço Brasil, Paris (2005); 26º Bienal de São Paulo, artista convidado, São Paulo (2004).