Ambos presentes na última edição da Bienal de São Paulo, David Batchelor e João Paulo Feliciano são dois artistas cujo trabalho pode ser considerado, de alguma maneira, complementar.
David Batchelor (1955) é um dos artistas britânicos mais consistentes da sua geração: escocês de nascimento mas radicado em Londres, já expôs em museus e galerias da Grã Bretanha, Europa e Américas. Na última década tem pesquisado os efeitos da cor na cidade moderna, produzindo uma grande variedade de obras onde re-utiliza material industrial como carrinhos, caixas de luz e contendores de plástico. Suas obras são quase sempre simples e sutis, fruto de longas observações e pequenas alterações no atelier. Batchelor tem publicado alguns anos atrás um livro fundamental, Chromophobia, sobre a importância e o significado simbólico da cor na tradição artística ocidental.
Após anos de grandes experimentações em campos diferentes (além da prática artística, tem trabalhado também com musica e design, sendo um dos organizadores da Bienal de Design de Lisboa, Experimenta), João Paulo Feliciano (1963) está conhecendo nos últimos anos um grande sucesso de crítica, com exposições individuais, entre outras, na Fundação Serralves no Porto. Nas suas instalações, Feliciano procura com freqüência criar ambientes ou transmitir sensações através de elementos relativamente simples, como demonstrava sua obra na última Bienal de São Paulo, que consistia numa cortina iridescente coberta de falsos diamantes.
Para a exposição na Galeria Leme, os dois artistas irão criar obras site-specific que dialoguem tanto entre elas como com o espaço extremamente sugestivo da galeria (projetada por Paulo Mendes da Rocha).
Entre as exposições recentes de David Batchelor estão:Extreme Abstraction, Albright Knox Gallery, Buffalo, New York; Sodio y Asphalto, Museo RufinoTamayo, Mexico City
26a Bienal de Sao Paulo; Shiny Dirty, Ikon Gallery, Birmingham. David Batchelor é representado pela Wilkinson Gallery, London.
Entre as exposições recentes de João Paulo Feliciano estão: Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto; Fundação Calouste Gulbenkian,Lisboa; 26a Bienal de São Paulo. João Paulo Feliciano é representado pela Cristina Guerra Contemporary Art , Lisboa.