Sobre a exposição de Jaume Plensa na Galeria Leme
De mim para nós, marca a segunda mostra individual do artista espanhol Jaume Plensa na Galeria Leme. Plensa mantém uma longa relação com o Brasil, tendo visitado o país pela primeira vez em sua juventude, quando criou uma forte conexão com o mar e a espiritualidade local. Desde então, realizou instalações públicas na Enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro, e em Porto Alegre, durante a 13ª Bienal do Mercosul. Em 2022, o artista também teve sua primeira exposição institucional individual no Brasil, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
A exposição explora nossa conexão com os espaços comunitários e a introspecção pessoal, expandindo-se da solidão do “eu” para o coletivo “nós”. Ao entrar na exposição, o visitante se depara com Blue Hermit, uma escultura de bronze representando um homem agachado sobre uma rocha. A figura encarna o isolamento, fechada dentro da noção de si mesma. Plensa descreve essa obra como “um indivíduo no meio de um fluxo de comunidades, mas sem qualquer contato.” O artista trabalha frequentemente com alfabetos, tratando-os como uma partitura visual—como notas musicais que, em vez de sons, formam palavras e frases, construindo pontes entre o silêncio e o outro.
Esculturas de Jaume Plensa e o diálogo com o silêncio
Em contraste, Rui Rui’s Words, parte da recente exploração de Plensa em esculturas suspensas, apresenta o rosto de uma jovem com o dedo pressionado contra os lábios, um símbolo de silêncio e contemplação. Esse gesto convida o público a uma pausa e reflexão. No espaço da galeria, as duas esculturas estabelecem um diálogo silencioso—uma imersa no silêncio, a outra clamando por ele. As paredes de concreto da galeria evocam um ambiente de proteção e clausura, enquanto as obras de Plensa sugerem diferentes formas de se relacionar com essa atmosfera quase catedralícia, acolhendo e convidando à contemplação.
Jaume Plensa é internacionalmente reconhecido por suas esculturas e instalações públicas em grande escala, que exploram a linguagem, a identidade e a conexão humana por meio de materiais diversos. Suas obras já foram exibidas na Espanha, França, Japão, Inglaterra, Coreia, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Brasil, entre outros países. Posicionada na entrada da galeria, Self Portrait V estabelece uma conexão entre o espaço interno da exposição e o mundo exterior. Nesta escultura de aço inoxidável, uma figura humana está envolta por uma esfera de letras, criando um universo metafísico que representa o cosmos e a multiplicidade de mundos e palavras que podem emergir de uma única sequência de letras.
Já na Galeria Leme em 2012, Jaume Plensa apresentou sua primeira exposição individual no Brasil.
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