A exposição individual de Katrin Sigurdardóttir na Galeria Leme consiste em um trabalho monumental que utiliza boa parte dos 150 m² da galeria principal, uma construção em concreto aparente do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
Em Coulisse, Sigurdardóttir continua a investigar implicações da relação entre escalas extremas. Desta vez, no entanto, não é o cenário, mas sim a audiência que é encolhida em relação à altura impositiva da instalação.
A peça apresentada, como muitos dos trabalhos anteriores da artista, apropria-se de conceitos, métodos e estruturas do mundo do teatro. Painéis cenográficos, representando uma paisagem montanhosa indefinida, estão agrupados como em uma gigantesca pira. Desta maneira, o espectador se depara com uma ilusão espetacular, mas também com uma estrutura austera que faz tal ilusão tangível.
A Galeria Leme transforma-se em um cenário, um palco desprovido da fundamental contraposição do auditório. O espectador tem assim uma visão ampliada: de quem sai dos bastidores e de quem está face a face com os painés de cenografia.
Katrin Sigurdardottir nasce em Reykjavik, Islândia, em 1967. Ela vive e trabalha entre Nova York e Reykjavk. Suas mais recentes exposições individuais incluem PS1 Contemporary Art Center, em Nova York, Fonds Régional d’Art Contemporain de Bourgogne, na França e Gallerí i8 em Reykjavík. Suas próximas exposiçãoes são uma coletiva em Harvard University, nos EUA, Modem, Space for Contemporary Art, em Berlim, além de SMAK, Museum of Contemporary Art, Ghent, Bélgica.