Cabeça de Tempo (curadoria de Thais Darzé) Mario Cravo Júnior

19/10/2019 - 21/12/2019

A Galeria Leme/AD tem o prazer de anunciar a exposição “Mario Cravo Júnior – Cabeça de Tempo”, mais uma parceria com a soteropolitana Paulo Darzé Galeria. A mostra apresenta um conjunto de trabalhos, em sua maioria da década de 1980, fruto dos destroços do incêndio que atingiu o Mercado Modelo de Salvador em 1984.

Artista que implantou o modernismo na Bahia, e um dos mais significativos da história da arte brasileira, Mario Cravo Júnior nos trás um recorte específico na unicidade do tema: esculturas exclusivamente de cabeças, reunidas pacientemente ao longo de vários anos por Paulo e Thais Darzé, onde nos defrontamos com um conjunto precioso de peças.

Aproximar o conjunto das “Cabeças” executadas pelo artista com o contexto temporal, que deu origem às esculturas e ao título da exposição, Cabeça de Tempo, nos leva à reflexão de que o novo devora o antigo, e muitas vezes não nos damos conta do processo de apagamento que ocorre. Através dessas obras, Cravo denuncia o que o tempo faz em terras que não cultuam o passado.

A presença iconográfica da arte afro-brasileira é uma recorrente na obra de Mario Cravo Júnior, consequência do convívio social e de seu meio. Aqui presenciamos um artista cuja verdade africana chega a ser desconcertante. Estas obras, onde muitas delas representam Exus, têm a mesma penetração inquietante que possui uma estatuária africana.

Mario Cravo Júnior pode ser visto como instrumento socializador e catalizador que através do conjunto de sua obra é possível estender a compreensão sobre as questões identitárias, e ao mesmo tempo, elucidar formalmente as especificidades brasileiras com a universalidade apregoada pelos movimentos de vanguarda. Estas cabeças cumprem um rito de passagem de uma emancipação de uma arte genuinamente baiana e brasileira.

 

Sobre o artista:

Mario Cravo Júnior. Salvador, BA, Brasil, 1923 – 2018.

Escultor, gravador, desenhista e professor, Mario Cravo Júnior estudou na Universidade de Syracuse, Estados Unidos. O artista participou da 26ª e 30ª Bienal de Veneza, de 8 edições da Bienal Internacional de São Paulo, 4ª Exposição Internacional de Escultura Contemporânea no Museu Rodin, em Paris (1971); 1ª Exposição Bienal Internacional de Tóquio (1957); dentre inúmeras exposições.

Sua obra está presente em diversas coleções, como: Museum of Modern Art – MoMA, Nova Iorque, EUA; The Israel Museum, Jerusalém, Israel; Walker Art Center, Minnesota, EUA; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte de São Paulo – MASP, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM SP, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio, Rio de Janeiro, Brasil; Instituto Moreira Salles, Brasil; Museu Afro Brasil, São Paulo, Brasil; Museu de Arte da Bahia, Salvador, Brasil; Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA, Salvador, Brasil; Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, entre outras.

 

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