Gravity Marcelo Moscheta

02/03/2009 - 04/04/2009

Em sua primeira individual na Galeria Leme, o artista Marcelo Moscheta cria um pequeno universo em formação no interior da galeria. Como uma miniatura do infinito que nos circunda , o mineral, o líquido e o sublime são organizados de maneira a reconstruir as relações invisíveis que sustentam o planeta em sua órbita perene: gravidade, a força que literalmente nos leva ao chão e que tange a inércia do mundo.

As paisagens de Marcelo Moscheta despertam emoções intensas e essenciais, que há muito estão adormecidas em nossa cultura. Utilizando-a como um referencial externo, Moscheta fala da sua admiração pelas expedições do passado a lugares remotos e inexplorados. Como um explorador e arqueólogo que visita outro planeta onde a paisagem lhe é estranhamente familiar – recolhe, classifica e organiza pedras, descobre lugares, cria e explora por meio de várias mídias e suportes esse planeta fictício que divide conosco nesta exposição.

LUA é um desenho de grandes proporções (240 x 240 cm) realizado em grafite sobre chapa de PVC expandido e dividido em 9 painéis que lembram tvs gigantes, formadas por várias outras menores onde uma imagem é fragmentada de maneira sutil. A imagem da Lua cheia com seus acidentes geográficos cria um contraste geométrico com as paredes de concreto aparente da galeria, quebra a monotonia espacial dos ângulos retos e equilibra o espaço com sua presença inevitável.

Do lado oposto, criando um diálogo estreito entre conceito e forma, está a instalação MARÉ [vers. 1.3], onde um motoredutor movimenta verticalmente projetores antigos e confere vida às estáticas ondas projetadas lado a lado, imitando o movimento dos oceanos de forma mecânica e crua, pois os engenhos, cabos e máquinas necessárias para a movimentação do conjunto dos 3 projetores está aparente em contraste com a leveza e a simplicidade da água mostrada em seu movimento congelado.

Distribuídos ao longo do eixo lua – maré estão 14 desenhos da série PEDRAS. Neles, o minério bruto dialoga com a moldura e base da obra feitos em ferro , traçando um caminho de mão dupla ao apresentar o percurso da transformação da matéria em sua própria imagem bidimensional e também em seu conceito de presença e pertencimento – agregadas às próprias pedras, estão as coordenadas geográficas dos locais  exatos onde foram coletadas.

THE SUMMIT SERIES é uma instalação com 20 pequenos backlights, que apresentam picos de montanhas, montes e serras de forma fantasiosa.

BOMB; uma fotografia apropriada de um lustre, é mostrada invertida , remetendo a uma explosão nuclear. Finalmente, a instalação P.M.a.G. | 62 [pólo magnético anti-gravitacional | 62 pedras] onde 62 fotografias de pedras parecem flutuar em um anel de luz , conferindo leveza à rocha representada, simulando estar levitando sobre a superfície sem gravidade de um outro planeta.

O Artista

Marcelo Moscheta (São José do Rio Preto, 1976), vive e trabalha em Campinas.
É formado em Artes Plásticas pela UNICAMP com mestrado em artes visuais na mesma universidade, sob a orientação de Luise Weiss e pesquisa sobre gravuras em grande formatos.

Exposições Individuais : Latitude, Galerie Anita Beckers, Frankfurt (2008); [ Zero ], Léo Bahia Arte Contemporânea, Belo Horizonte; Still – Temporada de Projetos 2007, Paço das Artes, São Paulo (2007); III Mostra do Programa de Exposições – Schemata, Centro Cultural São Paulo, São Paulo (2006); Radierung / Collages, Gallas&Mayer, Germany (2006).

Exposições Coletivas: XV Bienal de Cerveira, Portugal;  Paralléles  // 22°S – 50°N, Museum of Fine Arts of Verviers, Belgium;  RUMOS Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural, São Paulo; 7a Biennale International de Gravure Contemporaine de Liége, Museum of Modern and Contemporary Art, Liége, Belgium (2009) ; Alguns Aspectos do Desenho Contemporâneo, SESC Pinheiros, São Paulo (2008); Novas Aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2007); Coleção Gilberto Chateaubriand: Um Século de Arte Brasileira, Pinacoteca do Estado, São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2006).