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Mariana Manhães |

05.07.08 _ 05.23.08

Mariana desenvolve trabalhos que usam a manipulação da imagem e têm a imaginação como estrutura de linguagem. Vídeos de objetos do cotidiano visual da artista, tais como bules e jarros antigos que habitam as cristaleiras de sua casa, são inseridos em complexas engenhocas criadas pela artista. O resultado são organismos robóticos, que misturam elementos low e high-tech. Um motor de microondas, por exemplo, pode ser visto ao lado de um músculo eletrônico da espessura de um fio de cabelo. “Pesquisei esse material e achei interessante o fato dele se comportar realmente como um músculo. O movimento que ele faz quando relaxa é exatamente o que eu buscava para os trabalhos” conta a artista, que importou o material da Califórnia.
Os vídeos são especialmente curiosos. Tal como se tivessem adquirido resíduos de comportamento humano, os objetos (taças, jarros e açucareiros) são neuróticos, repetitivos e realizam movimentos obstinados. Suas vozes determinam o comportamento dos motores e mecanismos: circuitos eletrônicos captam notas musicais emitidas pelos vídeos, acionando mecanismos e assim movimentando o corpo da obra.

Em sua pesquisa mais recente, os mecanismos criados por Mariana são interligados e suas partes passam a se comportar simbioticamente. As obras, no entanto, não recebem estímulos externos. Deste modo, os espectadores – hoje habituados à interação – passam a ser meros intrusos no mundo robótico idealizado pela artista.

Mariana explica que seu processo é longo e envolve a elaboração de desenhos, fotografias e projetos. A artista revela que o resultado final decorre muitas vezes de situações presentes na própria montagem. Para ela, estas questões técnicas não são limitadoras, ao contrário, são instigantes e desafiadoras. Segundo Mariana, encontrar soluções para estes imprevistos faz parte de sua poética.

Sobre a artista

Mariana Manhães nasceu em Niterói, Rio de Janeiro. Entre 1998 e 2006 freqüentou cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Entre suas exposições mais recentes estão: Arte Para Crianças, Museu Vale do Rio Doce e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2007-08); Futuro do Presente, Instituto Itaú Cultural, São Paulo (2007); Recortar e Colar | CRTL+C_ CRTL+V, SESC Pompéia, São Paulo (2007); Liquescer, Museu de Arte Contemporânea de Niterói (2007); Tomada, Galeria Leme, São Paulo (2007); Geração  da Virada ou 10+1, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2006); É Hoje na Arte Brasileira Contemporânea; Coleção Gilberto Chateaubriand, Santander Cultural, Porto Alegre (2006); 6º Salão de Goiás, Goiânia (2006); 12º Salão da Bahia, Museu de Arte Moderna, Salvador (2005).