Object of Desire Erika Harrsch

08/03/2007 - 07/04/2007

A utilização do corpo como o mais direto meio de expressão e exteriorização de nossas próprias histórias e relações tem sido para Erika Harrsch o tema central de seu trabalho. Apresentando aspectos íntimos, convidando, seduzindo e nos transformando, de repente, em despreparados “voyeurs”, evidenciando a estreita relação entre a psicologia natural do homem e a sublimidade.

 

Agora, a partir do dia 8 de março, na Galeria Leme, em sua primeira individual no Brasil; Erika irá mostrar trabalhos de sua série “object of desire”; uma seleção de 8 fotografías em c-print chamadas deImagoes. A exposição irá mesclar instalação, fotografia, pintura, desenho e vídeo. 

 

As Imagoes são fotografias de borboletas, digitalmente mescladas à imagens da genitália feminina. Cada espécie assim como as genitálias, diferentes umas das outras. Cada junção de genitália e borboleta tem em comum o mesmo país de origem. Os nomes são designados de acordo com a etimologia científica de cada uma.Imago, em Latim significa: uma imagem mental idealizada do outro ou de si mesmo; assim como pode significar também: o inseto em seu estágio final adulto, desenvolvido e sexualmente maduro. 

Levando em conta uma cultura que transforma em objetos as pessoas e que personifica e humaniza os objetos , este projeto ilustra a metamorfose dos órgãos sexuais femininos em borboletas, chamando a atenção intencionalmente para um estudo anatômico e científico, onde se busca manter o espectador, livre do preconceito moral de uma sociedade onde a mais frágil e desejada parte do corpo da mulher é vista de maneira fantasiada ou mantida inacessível .  

 

Também, como parte da exposição na Leme, Erika apresentará “ Eros-Thanatos”, uma interativa vídeo-instalação, que manipula o espaço e as percepções dos sentidos. Um trabalho complexo, composto de diferentes elementos como as 10.000 borboletas impressas e recortadas em tamanho natural ( mescladas com a imagem da genitália) que irão cobrir o piso sobre o qual o espectador poderá caminhar. Ao fundo, uma projeção de um crescente números de borboletas “monarch” documentadas sob um mesmo foco, cobrindo gradativamente todo o céu. E ao redor, o som real de borboletas voando, gravado separadamente da câmera de vídeo; integrando sons específicos e individuais de borboletas à sons íntimos femininos. Tudo isto num ciclo representando o animal e a vida humana. Tanto o som como as imagens foram gravados no santuário das borboletas “monarch” dentro da floresta de Michoacan, no México. Uma experiência visual e sonora múltipla, 12 minutos de duração, meticulosamente editado e que faz valer cada segundo dele.

 

Nascida no México em 1970, viveu e trabalhou no México, Itália, Alemanha e Nova Iorque. Neste ano também, Erika apresentará uma peça multimídia chamada “ Body Maps” com o grupo multidisciplinar VisionIntoArt no Museu Whitney; como parte conclusiva de sua residência no “Live Whitney program”.